Fala, Alberto Contador

O ciclista madrilhenho Alberto Contador, da forte equipe Astana, responde a questões feitas ontem pela imprensa em seu site (http://www.albertocontador.com/). Confira as respostas, publicadas hoje e republicadas aqui:

“A Vuelta não me obsessiona, tenho muito tempo ainda"

Alberto Contador, da Astana, faz amanhã (hoje) a saída de sua primeira Vuelta a España com a expectativa de ser o único ciclista que, se conseguir a vitória, poderá se somar ao seleto clube dos ganhadores das três grandes voltas: Jacques Anquetil, Felice Gimondi, Eddy Merckx e Bernard Hinault. O líder da Astana garante que começa a Vuelta sem pressão, mas com vontade de desfrutar pela primeira vez da volta em seu país. Alberto Contador (fotos site oficial Alberto Contador)ganhou o Tour de France em 2007 e o Giro D´Itália em 2008.

A Vuelta está sendo apresentada como um duelo entre Carlos Sastre e Contador. É verdade?
É o que parece que se vende nos meios de comunicação, mas se esquecem de Valverde sem motivo, pois ele teve apenas um péssimo dia no Tour, no Tourmalet, e foi o segundo no pódio de Madrid. Existem outros ciclistas com opções de ganhar além de Saster e eu.

É bom ou ruim que todo o interesse fique centrado em vocês dois?

Para a Vuelta é bom, porque as pessoas gostam de hajam enfrentamentos, mas desportivamente não é tão bom, porque os demais ciclistas podem aproveitar-se disso.

Depois de ganhar o Giro quase sem treinar, a Vuelta de ser mais fácil, pois você se preparou bem, não é verdade?

Essa é a teoria, mas também é verdade que sempre pode aparecer um corredor mais forte que ganhe de você. O esporte e o ciclismo não são matemática.

Quem é o líder da equipe?

A equipe vai apostar em mim, principalmente porque Kloden e Leipheimer estarão lá para me dar tranquilidade, mas eles também podem lutar pela vitória.

É uma motivação extra lutar contra o ganhador do último Tour de France?

O que me motiva é tentar ganhar a corrida de meu país e desfrutar do carinho das pessoas, mas Sastre é simplesmente outro candidato à vitória, independentemente que tenha ganhado o Tour.

Que opinião você tem sobre o Angliru?

Acredito que será uma etapa muito bonita, ainda que tenha falado com Alejandro Valverde e ele me disse que quando ele foi lá não se podia subir bem porque havia muito cascalho. Eu não tive problemas quando fui , e acredito que é uma grande etapa para se dar espetáculo.

O que acha do contra relógio de amanhã (hoje)?

Não conheço o circuito, e acredito que será uma bonita etapa para se ver na TV, mas não há porque assumir demasiados riscos.

Sastre disse que você terá facilidades por não ter ido ao Tour. Você concorda com isso?

O que Sastre quer é fazer pressão. Tomara fosse mais fácil para mim, mas acredito que cada um deve fazer pressão da maneira que puder.

É uma pressão extra vir à Vuelta depois de ganhar o Tour e o Giro?
Não, absolutamente. Tenho feito uma boa temporada e, entretanto, tenho apenas 25 anos. Chego à Vuelta com total tranquilidade, tendo feito minha temporada e acompanhado Kloden e Leipheimer, que também me dão tranquilidade. É claro que tratarei de conseguir vencer, mas ainda tenho muitos anos pela frente.

Como foi sua experiência nos Jogos Olímpicos?

Foi boa. É um privilégio estar nos Jogos junto aos melhores atletas do mundo e, por isso, estou muito feliz, embora essa participação tenha desfocado um pouco minha preparação à Vuelta.

É certo que você não descartou sua presença o Mundial?

Sim. A princípio houve uma pequena confusão, mas o selecionador conta comigo e eu quero tentar estar bem no contra relógio e terminar bem a Vuelta para lutar por uma medalha.

Somente quatro ciclistas na história conseguiram ganhar as três grandes voltas por etapas. Você também pensa em conseguir esse feito?

Não tinha idéia das estatísticas, mas ainda que tenha essa possibilidade, ela não é minha obsessão. Simplesmente gostaria de ganhar a Vuelta a España antes de me aposentar.